terça-feira, 25 de novembro de 2008

Retiro intelectual

Queridos amigos e familiares,

Peço desculpas pela ausência neste último mês e digo que ficarei ausente até o dia 7 de dezembro deste ano. O motivo é a prova de proficiência em língua japonesa que acontecerá nessa data. Agora, pois, entrarei em um retiro intelectual para estudar mais para o exame. Assim sendo, peço a compreensão de todos.

Um abraço e até dia 8!


Miranda

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Unzen e Shimabara

No dia 23 de outubro os estudantes intercambistas ganharam (como sempre) uma viagem para uma cidade próxima de Isahaya. O presente varia entre as cidades de Kumamoto e Unzen (junto de Shimabara). Este ano ganhamos o passeio para Unzen, um complexo vulcânico ativo próximo da cidade de Shimabara, no estado de Nagasaki, ilha de Kyushu, ao sul do Japão.

Em 1792, uma grande erupção vulcânica em Unzen provocou um tsunami que matou aproximadamente 15 mil pessoas. O maior desastre vulcânico já registrado no país. Entre 1990 e 1995, foram registradas atividades vulcânicas na região. Em 1991, um fluxo piroclástico matou cerca de 40 pessoas e 3 vulcanologistas. Um aluno meu, chamado Yamasaki, ajudou no reflorestamento da região. Ele e outros voluntários sobrevoaram o local despejando sementes para reconstruir a paisagem. Deu certo! No entanto, especialistas dizem que as erupções vulcânicas desta região se dão por volta de 13 anos desde a última data registrada (ou seja, este ano pode ser premiado).

A viagem leva por volta de 2 horas de ônibus, em estradas extremamente estreitas e sinuosas. A paisagem linda, por sinal, deixa de ser admirada pelos que têm estômago fraco. O saquinho de lixo se transforma em saquinho de vômito, e por aí vai.

Como não somos vulcanologistas, visitamos a cidade de Unzen e suas termas. Almoçamos em um hotel chique, comemos comida deliciosa, demos um barro num banheiro limpo, depois usufruímos das instalações do hotel, como, por exemplo, o famoso ofurô. Para não cometer gafes no Japão, já aprenda por aqui que, quando se entra numa banheira japonesa (ofurô), primeiro você toma um banho (sentado num banquinho, tradicionalmente), limpa todas as partes do corpo com o chuveirinho (assista a "Encontros e Desencontros" para saber do que estou falando), coloca uma toalha minúscula para proteger as outras pessoas de verem suas intimidades e entre, vagarosamente, na água. A temperatura da água é alta, e não se deve afundar a cabeça, é falta de respeito para os japoneses. Para o mundo ocidental, a banheira serve para tomar banho. Para o japonês, é relaxamento.

Depois de ver a bunda e as bolas caídas do Wakayama (veja foto dele vestido no álbum), demos um rolê no parque de Unzen, carinhosamente apelidado de "inferno". Já tinha visitado este lugar anteriormente, num dia que o Koji magrelo pegou o carro de sua mãe e levou a gente (Jeff, Ji Sung e eu) pra lá. Os dois dias estão registrados no álbum, as primeiras fotos são notavelmente diferentes.

Já em Shimabara, cidade próxima de Unzen, visitamos um castelo japonês. Os castelos japoneses são como os fortes do norte do Brasil (só conheço os de lá). São completamente diferentes dos europeus, só pra deixar claro. Os castelos japoneses têm acesso complicado, para dificultar as invasões, e seus "departamentos" são separados em vários prédios. Hoje em dia, o castelo de Shimabara foi transformado em um museu onde guardam armaduras de samurais. Diversão na certa!

Ah, claro que a história de que este ano uma erupção está para acontecer não é real. Tudo apenas para assustar a minha mãe, que já deve ter sido levada para o hospital. Por favor, quem tiver o telefone de casa ligue para saber do estado de saúde dela e me mande um e-mail, se possível. Lerei o e-mail semana que vem, certamente.