sábado, 20 de dezembro de 2008

Sistema Educacional Japonês

O sistema de ensino japonês é bem diferente do brasileiro. Ele segue os padrões dos países desenvolvidos, lógico. Longas horas no ambiente escolar, ótima estrutura física e preço acessível, quando escola pública.

Quando no Brasil, ficava me perguntando como as crianças japonesas conseguiam ficar tanto tempo dentro da escola: das 8 da manhã até as 3 da tarde, mais ou menos. Depois de vir pra cá, entendi. Todas as escolas contam com uma quadra coberta, salas-de-aula bem estruturadas, pátios enormes, cafeteria, sala de informática e outras instalações extras.

Na parte da manhã, as crianças têm as aulas convencionais. À tarde, ora aulas convencionais, ora os chamados "clubes". A escola cede aos alunos o espaço que eles quiserem (praticamente) para se organizarem e montarem grupos de atividades. Por exemplo, há um clube de basquete, um de futebol, um de beisebol, tênis, canto, BANDA (inclusive, foi nesse clube que me inscrevi e entrei pra banda Fly Beans), jazz e tudo mais o que quiser imaginar. Basta você criar um clube e convidar as pessoas pra participarem. A escola, aqui, pode ser um lugar muito bem atrativo para as crianças. Sem contar, claro, o tamanho: são enormes!

Detalhe interessante é que se tira o sapato na entrada da escola, também. Aí você usa um sapato apropriado pra andar pelo interior do prédio. Meu, o pé fica sempre confortável! Vou estranhar, com certeza, quando voltar pro Brasil. Até no trabalho! Eu dou aula de inglês de meia!!! Quantos professores não queriam isso, hein? Uma pena que na faculdade aqui não se tem mais esse costume, não sei por quê.

O ano letivo começa em abril e vai até junho. Tem-se, então, dois meses e meio de férias de verão (mas os clubes continuam pra quem quiser) e voltam às aulas por volta de setembro. As aulas vão até o dia 22 de dezembro, param até dia 6 de janeiro, depois voltam. As férias de inverno (dezembro) são curtas mesmo. O semestre acaba em fevereiro. Os alunos tem 1 mês de férias de primavera, depois começam a rotina novamente.

Fizemos alguns trabalhos voluntários aqui pela Universidade Wesleyan de Nagasaki. O programa de intercâmbio propõe que todos os alunos intercambistas visitem escolas públicas e dêem um pouco de atenção às crianças. Durante o programa todo, fizemos em torno de 10 visitas.

Segundo o diretor da Assessoria de Assuntos Internacionais (órgão interno da faculdade daqui), Sr. Yamaguchi (boca da montanha, traduzido), o programa de voluntariado tem como finalidade levar um pouco de conhecimento internacional, diversão e atenção às crianças "carentes". Meu, precisam ver a educação, respeito e admiração dessas crianças!

Cada escola é diferente da outra, claro. Mas basicamente cada aluno intercambista se junta a um grupo de alunos já pré-definidos anteriormente por eles mesmos. Em uma das escolas que fui, o meu grupo tinha pesquisado sobre o Brasil antes de me receber. Sabiam se apresentar em português, cumprimentar, nome de comidas, esportes e de algumas brincadeiras. A idade? Por volta dos 10 anos de idade! Nunca tinham estudado português na vida. Pronunciavam com falhas, claro. Mas pera lá! Quem reclamar da pronúncia deles vai se ver comigo! Sem mais, fiquei de queixo caído.

Numa outra ocasião, um garotinho de 9 anos ficou impressionado com a minha barba (que, realmente estava grande). Ele nunca tinha visto um rosto tão peludo! De vez em quando ele vinha e ficava passando a mão na minha barba. Mereço isso! Afinal, japas, chineses e coreanos não são tão peludos assim, né? Imagino se eles vissem meu tio João, o Renato (Vaca) ou o Toni Ramos.

Ontem, na última visita que fizemos (infelizmente), pediam autógrafos pra gente. Senti como se tivessem reconhecido o meu talento musical. Pensei: "até que enfim Poetas Mortos ficou famosa". Eles acham o máximo as assinaturas, porque aqui no Japão, não existe! A maneira de assinar documentos por aqui é com um carimbo, chamado "hanko" (leia "rancô") ou "inkan". A assinatura escrita também existe, mas não é como no Brasil.

Uma coisa que quase me esqueci de comentar é sobre a inclusão escolar e social. No Japão é muito mais comum ver pessoas portadoras de alguma deficiência física do que no Brasil. É interessantíssimo a estrutura que o país tem para atender essas pessoas. Nas ruas, por exemplo, quando abre o sinal para pedestres, toca-se um sinal do outro lado da rua para que deficientes visuais possam atravessar sozinhos. Sem contar que a calçada é tem guias para cegos se guiarem com suas próprias bengalas. Até dia 23/12/08 eu coloco algumas fotos e vídeos para vocês verem. Fiquem atentos e voltem à esta publicação para verem.

Para finalizar, nenhum dos alunos desta faculdade se inscrevem para ir para o Brasil (uma vez que é um programa de intercâmbio, alunos brasileiros vêm pra cá, e os japoneses podem ir para a UNIMEP). O curso com maior popularidade nesta universidade aqui é o de Assistência Social, por isso a questão dos programas voluntários. No entanto, falta um pouco de interesse e dedicação (parece) da parte da UNIMEP de montar um programa que cumpra com o que eles esperam aqui. Claro que vários outros fatores influenciam, mas não vou abrir essa discussão aqui, agora. O lance é que se a UNIMEP não se atentar, pode perder o vínculo com a Wesleyan University de Nagasaki, o que seria uma grande vergonha e perda.


OBS: Esqueci de comentar que a o conceito de escola pública e privada aqui no Japão (e em outros países desenvolvidos) é diferente do Brasil. A escola é pública porque tem preços acessíveis a todos, não porque é de graça. A privada, muito mais cara. Grato pela compreensão.
Outra coisa, falei sobre inclusão social. Talvez tenha me expressado errado, mas me referia à inclusão no quesito autonomia que um deficiente (não sei se é o termo correto, mas enfim, o popular) pode ter aqui no Japão. Tudo é estruturado (ruas e escolas) para todos. Essa é a diferença a que eu tentei me referir. Mais uma vez, desculpem-me.

Abraços!


Fotos do Programa de Voluntariado

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Caçador de vaga-lumes

No final do mês de maio, entre os dias 20 e 30, é possível ver um grande acúmulo de vaga-lumes nas regiões mais rurais do Japão (que é o caso da cidade de Isahaya, por exemplo), porque nas metrópoles, os riachos são poluídos demais.

Fui duas vezes nessa caçada. A primeira vez foi bem esquisita. Mas para que compreendam, hei de voltar um pouco mais no tempo para explicar um acontecimento antecedente.

Certo dia, estava eu sozinho no dormitório (era um sábado, se não me engano), assistindo um pouco de TV, almoçando e tentando entender o que falavam, quando, repentinamente, chegou um senhor de idade, já com pouco cabelo (assim como o Jeff), e fez contato. Conversamos por algum tempo, ele se apresentou, papo vai, papo vem, disse que um de seus hobbies era fazer amizade com os alunos intercambistas. De fato, uma pessoa muito amigável! Enfim, conversamos e ele se foi.

Agora voltemos à história dos vaga-lumes. Como dizia, a primeira vez foi bem esquisita. Estava eu a conversar com dois amigos quando fomos surpreendidos pelo referido senhor acima nos convidando para ver vaga-lumes perto de um riacho a 5 minutos de carro da faculdade. Claro que, como brasileiro, a princípio achei muito besta e estranho. Ver vaga-lumes, às 8 da noite, perto de um riacho? Pra quem acompanhou as histórias do João Cléber e do Geraldo Luís, isso parece um tanto quanto abuso sexual, não? Mas, como aqui se trata de Japão (e, infelizmente a segurança é algo invejoso por aqui), decidimos ir (mesmo pensando que seria besta demais sair pra ver vaga-lumes).

Quando chegamos, uma surpresa. Várias pessoas se juntam para ver os vaga-lumes. E é incrível a quantidade deles. Parece até que as estrelas caíram na terra! Nunca imaginei que seria algo tão lindo, de verdade. Pegamos alguns (que são diferentes e menores do que os brasileiros), andamos ao redor do lago escuro (tomando cuidado pra não tropeçar e cair dentro, claro) e depois partimos.

Claro que gostei da idéia e quis compartilhar com os amigos do dormitório. Uma semana depois, fomos no mesmo local (desta vez a pé, com mais ou menos 27,4 minutos de caminhada). Impressionantemente, havia menos do que a metade anterior! É um período muito curto mesmo! A melhor data é entre 20 e 25, acredito.

Infelizmente, por ser um lugar extremamente escuro, não deu pra tirar fotos interessantes. Publiquei, no entanto, algumas fotos do passeio, incluindo uma série que tirei com o flash na cara das pessoas. Caretas interessantes, eu diria.

Por fim, pensando nos próximos intercambistas, coloquei um mapa do local. Tem dados extras pra quem quiser procurar o local exato no Google Maps. Somente para explicar, o Google Maps traçou um caminho impossível de se fazer a pé. Portanto, você tem que sair do ponto A, descer a rua amarela (detalhe interessante é que pouquíssimas ruas japonesas têm nome!), virar a primeira à direita e seguir reto toda a vida, depois virar à direita novamente. Mais detalhes, me pergunte quando for pra lá.

Abraços a todos!

Fotos da caçada (antes que os ativistas me persigam, soltamos os bichinhos logo em seguida!)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Quase na hora de voltar

Pois é, já se foram 8 dos 10 meses de intercâmbio. Está quase na hora de voltar para casa. Hoje fiz o honorário teste de proficiência em língua japonesa. Apesar de ainda não saber do resultado, me sinto como se estivesse cumprido a missão. Claro que não foi o suficiente pra ficar fluente no idioma, uma vez que é uma língua completamente diferente das indo-européias. Mesmo assim, sinto que melhorei meu conhecimento a ponto de sentir satisfação pelo que passei junto dos outros amigos aqui.

Uma coisa que, de fato, precisarei quando voltar, é reler livros em português e dar uma pequena estudada na gramática. Algumas vezes tenho dúvidas sérias sobre questões pequenas, além de perder o domínio do que quero dizer. É estranho, não sei se alguém que lê este blog já teve essa sensação. Realmente não é nada agradável.

De agora em diante, vou começar a escrever sobre minhas experiências e retrospectivas nipônicas. É uma fase triste e feliz ao mesmo tempo, uma situação melancólica e ... (espaço para uma palavra que sei o que significa, mas que não sei mais dizer em português). Quero compartilhar o que aprendi e qual a minha visão em relação ao povo japonês, os prós e contras da cultura (de acordo com o meu ponto-de-vista) e, claro, as palhaçadas e o que aprontei por aqui.

Nada programado, nem decidido, nem contínuo, vou começar com uma seleção de vídeos. Quando chegamos, acordávamos cedo, empolgados e estudávamos cerca de 1 hora antes das aulas começarem. As aulas aqui são das 8:50 às 12:00, com um intervalo de 10 minutos entre 10:20 e 10:30. Alguns dias temos aulas à tarde, das 13:10 às 14:40. Num certo dia, desses quando acordávamos cedo pra estudar, levantei e chamei o Jeff. Fui tomar um banho e quando voltei, ele ainda estava dormindo. Chamei de novo e fui tomar café da manhã. Quando voltei, ainda estava dormindo. Chamei novamente saí do quarto. Quando voltei e vi o garoto morto na cama, chamei o Kao (amigo tailandês, parceiro das bebedeiras) e decidimos acordar o Jeff no grito. "Wake up!" bem violento no ouvido do cara. A qualidade do vídeo não está lá tão boa, mas é possível reparar no movimento instinto-defensivo de tartaruga que o "brother" faz.

Num segundo vídeo, filmei o Jeff roncando depois de 20 horas de estudo contínuas, pra provar pros amigos dele que o cara deu duro aqui. Segue o vídeo. Claro que vale ressaltar um feito histórico do Jeff aqui no dormitório. Durante as férias de verão, num calor mais quente do que o da região de Campinas, estado de São Paulo, o brother conseguiu passar 21 horas seguidas dormindo! (Na verdade ele acordou pra fazer xixi no meio desse tempo todo).

Depois seguem dois vídeos de um japa que dormiu no sofá da sala de TV. Eu apareço morrendo de rir em ambos os vídeos. Não agüentava (sim, eu sou contra a reforma ortográfica e defendo o uso do trema!) de ouvir o ronco dinâmico do japorongo. Percebam, na boa, como o cara aumenta e diminui o volume do ronco. Foi, de fato, interessantíssimo! Em algum dos dois vídeos é possível ouvir a voz (irritante) de uma japa cabeçuda chamada Kaana. Ela era apaixonada pelo rapaz que aparece ao lado dela no mesmo vídeo. Ele, o galã do dormitório (todas as meninas, sem exceção, morrem por ele). Ela, uma cabeçuda fracassada, irritante, folgada, mas gente fina. Certa vez ela comprou sorvete pra comer sozinha, mas guardou na nossa geladeira (porque ela ia fugir do dormitório feminino à noite pra comer assistindo à TV na nossa sala). Ela não apareceu naquela noite, estava calor... Claro que agradecemos depois!

Por fim, apenas para especificar uma questão mencionada, as meninas têm horário para se recolherem. Enquanto os homens são quase 100% livres aqui no dormitório, as meninas têm um toque de recolher às 10 da noite. Depois disso, a chefe do dormitório feminino (nós, homens, não temos, eu me fiz o chefe aqui, hehehe...) tranca a porta e ninguém mais sai, ninguém mais entra, exceto as que fogem. Sim, parece um presídio! Mas também, a cidade é parada, os bares são caros e puteiro pode-se ver em qualquer esquina, no entanto, não é pro meu bico. Diversão é sempre no dormitório!

Abraços!


Acorda, Jeff!
Jeff Roncando
Japa Roncando Grosso - Parte I

Japa Roncando Grosso - Parte II

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Retiro intelectual

Queridos amigos e familiares,

Peço desculpas pela ausência neste último mês e digo que ficarei ausente até o dia 7 de dezembro deste ano. O motivo é a prova de proficiência em língua japonesa que acontecerá nessa data. Agora, pois, entrarei em um retiro intelectual para estudar mais para o exame. Assim sendo, peço a compreensão de todos.

Um abraço e até dia 8!


Miranda

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Unzen e Shimabara

No dia 23 de outubro os estudantes intercambistas ganharam (como sempre) uma viagem para uma cidade próxima de Isahaya. O presente varia entre as cidades de Kumamoto e Unzen (junto de Shimabara). Este ano ganhamos o passeio para Unzen, um complexo vulcânico ativo próximo da cidade de Shimabara, no estado de Nagasaki, ilha de Kyushu, ao sul do Japão.

Em 1792, uma grande erupção vulcânica em Unzen provocou um tsunami que matou aproximadamente 15 mil pessoas. O maior desastre vulcânico já registrado no país. Entre 1990 e 1995, foram registradas atividades vulcânicas na região. Em 1991, um fluxo piroclástico matou cerca de 40 pessoas e 3 vulcanologistas. Um aluno meu, chamado Yamasaki, ajudou no reflorestamento da região. Ele e outros voluntários sobrevoaram o local despejando sementes para reconstruir a paisagem. Deu certo! No entanto, especialistas dizem que as erupções vulcânicas desta região se dão por volta de 13 anos desde a última data registrada (ou seja, este ano pode ser premiado).

A viagem leva por volta de 2 horas de ônibus, em estradas extremamente estreitas e sinuosas. A paisagem linda, por sinal, deixa de ser admirada pelos que têm estômago fraco. O saquinho de lixo se transforma em saquinho de vômito, e por aí vai.

Como não somos vulcanologistas, visitamos a cidade de Unzen e suas termas. Almoçamos em um hotel chique, comemos comida deliciosa, demos um barro num banheiro limpo, depois usufruímos das instalações do hotel, como, por exemplo, o famoso ofurô. Para não cometer gafes no Japão, já aprenda por aqui que, quando se entra numa banheira japonesa (ofurô), primeiro você toma um banho (sentado num banquinho, tradicionalmente), limpa todas as partes do corpo com o chuveirinho (assista a "Encontros e Desencontros" para saber do que estou falando), coloca uma toalha minúscula para proteger as outras pessoas de verem suas intimidades e entre, vagarosamente, na água. A temperatura da água é alta, e não se deve afundar a cabeça, é falta de respeito para os japoneses. Para o mundo ocidental, a banheira serve para tomar banho. Para o japonês, é relaxamento.

Depois de ver a bunda e as bolas caídas do Wakayama (veja foto dele vestido no álbum), demos um rolê no parque de Unzen, carinhosamente apelidado de "inferno". Já tinha visitado este lugar anteriormente, num dia que o Koji magrelo pegou o carro de sua mãe e levou a gente (Jeff, Ji Sung e eu) pra lá. Os dois dias estão registrados no álbum, as primeiras fotos são notavelmente diferentes.

Já em Shimabara, cidade próxima de Unzen, visitamos um castelo japonês. Os castelos japoneses são como os fortes do norte do Brasil (só conheço os de lá). São completamente diferentes dos europeus, só pra deixar claro. Os castelos japoneses têm acesso complicado, para dificultar as invasões, e seus "departamentos" são separados em vários prédios. Hoje em dia, o castelo de Shimabara foi transformado em um museu onde guardam armaduras de samurais. Diversão na certa!

Ah, claro que a história de que este ano uma erupção está para acontecer não é real. Tudo apenas para assustar a minha mãe, que já deve ter sido levada para o hospital. Por favor, quem tiver o telefone de casa ligue para saber do estado de saúde dela e me mande um e-mail, se possível. Lerei o e-mail semana que vem, certamente.


terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ilha Gunkan

Quando me inscrevi para o programa de intercâmbio para o Japão, procurei fazer algumas amizades pela internet a fim de chegar aqui e ter algum contato, pelo menos, além de pegar algumas dicas de sobrevivência na terra do sol nascente. Foi então que conheci a Erina e seu namorado Daniel. A Erina é japonesa, trabalhava como corretora de seguros, mas pediu demissão porque não se sentia bem enganando as pessoas que contratavam os serviços da companhia. Ela dizia que ganhava em cima da tristeza alheia e que isso a incomodava. O Daniel é estadunidense (valorizemos a nossa América, também Latina) e, por incrível que pareça, gente boníssima. Ele era professor de inglês e escritor. Há dois meses, voltou para seu país a fim de recomeçar a vida na América (do Norte).

Claro que, chegando no Japão, quis conhecê-los ao vivo. Fui, então, a Nagasaki para visitá-los e fazer um passeio. Eles sugeriram uma ilha chamada "Gunkan" (que, em japonês, significa "navio de guerra", devido à silhueta da ilha quando vista de longe), localizada no mar da cidade de Nagasaki. O nome verdadeiro da ilha é "Hashima", que significa "ilha dos arredores". No entanto, ela também é conhecida como "Gunkanjima" ("jima" é uma variação de "shima", que significa "ilha") ou ainda, "Ilha Fantasma", por ser completamente desabitada.

A ilha foi habitada entre 1887 e 1974, como instalação para a extração de carvão no Japão. Nesse período, a empresa Mitsubishi comprou a ilha e construiu o primeiro grande prédio do Japão, a fim de abrigar os trabalhadores de modo eficaz contra os tufões (que visitam a região todo ano, por volta do mês de setembro). E digo dos tufões porque terremotos na região de Kyushu (ilha sul do Japão, onde fica o estado de Nagasaki) são raros e fracos. Por sorte, tive a oportunidade de presenciar um destes raros e fracos terremotos na região de Nagasaki. Estávamos nos arrumando para a aula da tarde, já fora do quarto, vestindo os calçados (vale lembrar que não se entra em casa calçado por aqui) quando o chão deu uma leve tremida e a estrutura de metal do ginásio poliesportivo balançou e fez um barulho imenso. Demorou um pouco pra cair a ficha que de tinha sido um pequeno tremor de terra. Afinal, não estou acostumado com esse tipo de situação. E não, não tive que trocar as calças antes de ir pra aula!

Voltando à ilha, em 1959 a densidade populacional dela atingiu o recorde mundial (coisa nem tão difícil, já que ela é pequena) de 83.500 pessoas por Km2 . Depois da chegada do petróleo, a extração de carvão entrou em decadência. Portanto, em 1974 a Mitsubishi anunciou oficialmente o fim da exploração do carvão mineral naquela ilha. Hoje, a ilha é uma atração turística, porém sua entrada está proibida. Não sei por qual motivo, mas só se pode vê-la do barco.

Na volta, ainda me deparei com uma coisa interessantíssima (ver foto "O Senhor dos Pornôs" no álbum "Ilha Gunkan"). De vez em quando é possível ver, na cidade de Nagasaki, uns tubos brancos de concreto como o da foto, com uma inscrição em vermelho que diz para a pessoa se libertar da pornografia. Quem quer se livrar da maldição dos 5 contra 1, deposita seu material adulto dentro do recipiente, que é coletado e supostamente queimado depois. E pra extender um pouco o assunto, revistas e filmes de marmanjos nipônicos não mostram TUDO. Há uma boa distorção no ponto mais interessante da cena/foto. Pra quê isso se quem compra é porque quer ver de tudo?! Pra quê, meu Senhor?! Oh, país cheio dos contrários em que estou!

Se tiver um tempo, dê um pulo por lá. Um passeio por volta dos 3 mil ienes (equivalente a R$ 60,00) incluindo passagem de trem e volta ao redor da ilha. Vale a pena! O roteiro da viagem: Isahaya até Nagasaki; caminhada de 10 minutos da estação ao porto; do porto à ilha em 40 minutos, de barco; 10 minutos de apreciação e volta.


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

May Fiesta

No mês de maio há uma festa chamada "May Fiesta" aqui na universidade. A princípio, uma festa muito interessante. Temos a possibilidade de conhecer um pouco da cultura (dança, comida, música, por exemplo) dos países presentes dentro da universidade. Claro que a real do evento é divulgar o "olha que legal, essa universidade tem gente do mundo inteiro" para o povo local. De fato, funciona!

Uma coisa que me impressionou muito nesse evento foi a organização do povo japonês (leia organização como "capacidade de formar um círculo, um quadrado ou uma fila em poucos segundos"). Na escola, quando tínhamos que montar uma fila, demorávamos um século. Mas depois de passar por dois eventos aqui, pude notar que eles ensaiam TUDO. Nesse evento do May Fiesta, levaram a gente para um passeio num hotel, onde ensinaram as músicas que íamos dançar no May Fiesta (claro que não disseram explicitamente isso, mas passamos uma tarde ensaiando as músicas, e eles cobravam que fizéssemos direito). E as filas, sempre há uma fita no chão para direcionar e posicionar todo mundo corretamente.

Quando tivemos que pensar em algo pra apresentar no dia, percebi como a questão cultural dos países é diferente. A cidade de Isahaya tem uma dança tradicional chamada Nonnoko. Poxa, que legal isso, não? As cidades têm traços culturais próprios. Até mesmo a linguagem tem disso. Por exemplo, eu estou na ilha de Kyushu, na província de Nagasaki, município de Isahaya, bairro de Eida. Há uma língua comum em todo o país que é o japonês, cujo padrão é baseado no dialeto falado em Tóquio. No entanto, há um dialeto da ilha de Kyushu, um do estado de Nagasaki e um da cidade de Isahaya. É realmente bem fora do comum. Isahaya e Nagasaki têm 20 minutos de distância entre elas. No entanto, o pessoal de Isahaya fica bem perdido quando ouve dois falantes do dialeto de Nagasaki conversarem rapidamente. Agora, imaginem eu como me sinto quanto vou de um lugar para outro!

Um pequeno resumo do que rolou no May Fiesta:

- Uma garota chamada Kyu-ju-ni (que significa 92, em japonês) mostrou uma dança tradicional da Mongólia. Uma dança muito difícil, por sinal. Ela quebrou alguns dos pratos que carregava, mas claro que ninguém falou nada. Só pela habilidade dela, está perdoada. E aproveitando o embalo da Mongólia, vi aqui na TV que o povo de lá é gigantesco! Um garoto de 11 anos de idade tem o meu tamanho e o meu corpo, praticamente. Muito monstro!



- As meninas da Tailândia apresentaram uma dança tradicional muito interessante. A magrinha da frente se chama Arpun, a do meio, Tip e a cheinha atrás, Packy. A Packy é um sarro de pessoa. Tenho uma foto carregando ela de cavalinho muito engraçada. Ela tava morrendo de medo no dia (do cavalinho) porque disse que ninguém conseguia levantar ela. Também, no país dela são todos como o Kao! Aí vai o gordão aqui levantar a Fofão (carinhosamente apelidade pelo Jeff). Só por curiosidade, a Tailândia é um país que conserva muito a sua tradição. O país nunca foi colonizado e nunca foi expandido. Guerrearam contra um país vizinho chamado Laos, mas não a ponto de sua cultura ser radicalmente modificada. O idioma tailandês não parece com nada. A sua origem é somente tailandesa e, segundo o Kao, algumas vezes se parece com o idioma falado em Laos, mas ele não quem influenciou quem. Acredita-se que Laos tenha sido influenciado.



- O Curumim (Immer), representante das Filipinas não quis participar do evento. Ele simplesmente se vestiu de roupa tradicional e ficou de manequim. Quando sua conterrânea Gisele foi apresentar uma dança típica, o Koji (japonês) a ajudou um pouco. Por terem sido colonizados pela Espanha , as Filipinas têm uma influência espanhola muito grande, tanto na linguagem como nos costumes em geral. Os Estados Unidos guerrearam contra a Espanha e ganharam o direito de comandar as Filipinas. Portanto, hoje, os Filipinos são educados em inglês na escola, mesmo que não seja o seu idioma pátrio. A língua filipina, conhecida como Tagalog, é o dialeto comum entre eles, mas não o único. Cada região tem uma língua própria, portanto os filipinos são poliglotas por natureza e têm uma facilidade pra guardar vocabulário que não tem igual.




- O Jeff foi pra cima do palco ensinar algumas palavras em português pra galera. Cada hora ele falava uma coisa diferente. Tudo bem, ninguém ia decorar mesmo. Eu apresentei uma dança de forró. Olha que sou tosco pra caramba pra dançar forró, hein? Mas achei duas japas que toparam arriscar alguns passos e fizemos uma boa performance, até. Pouparei todos vocês com a ausência do último acima citado e colocarei uma coisa mais interessante no lugar: um vídeo de orientais dançando aquela música daquela banda Rouge. Lembram?




terça-feira, 30 de setembro de 2008

Festas no Dormitório

Meus caros, se alguém detectar algo estranho ou errado nos meus textos, por favor me corrijam. Acreditem se quiser, por falta de praticar o português, tenho encontrado dificuldades com minha língua materna.

O Japão é um país caro! Não há como negar. Tudo aqui é caríssimo! Claro, me refiro ao custo de vida. Eletrônicos e carro da Honda são baratos. Acreditem, aqui quem tem Volkswagen é considerado rico! Imagine que meu avô com seu fusquinha poderia ser assaltado se algum membro da Yakusa o visse empurrando o trambolho ladeira a baixo pra dar um tranco no garoto!

Quando se trabalha aqui, tem-se dinheiro, porque o salário é realmente enorme. Mas pra quem sobrevive com bolsa de estudos e mais alguma justa ajuda de custos, não dá pra freqüentar os "sunakus" da vida. Por isso, nossa diversão é garantida no final-de-semana com o bom e velho goró barato de supermercado 24 horas. Tem uma loja de departamentos há 15 minutos de caminhada chamada SEIYU (sim, pode fazer a piada que quiser com o nome, mas já fim isso de monte) onde compramos todo o nosso estoque para as festas. Sai infinitamente mais barato do que ir num boteco. Para que possam acompanhar essa façanha, postei (e postarei sempre) as fotos das festanças.

Detalhe que geralmente as festas têm comida oriental e bebida ocidental. Lembrando que Jeff e eu somos os únicos ocidentais por aqui, e que o Jeff é evangélico e não bebe nada, que fique subentendido quem cuida da parte líquida das festas...


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Parque de Isahaya

Primeiramente, queria pedir desculpas pela total desatenção com o blog. A partir de agora, acredito que as coisas vão ser melhores, de verdade. Apesar de ter conseguido um bico por aqui numa escola de inglês (e algumas aulas particulares), também descolei um programa massa pra atualizar as fotos, que, particularmente, era o que me tomava mais tempo porque tinha que selecionar uma por uma, colocar um título, um comentário e tudo mais. Agora dá pra colocar direto do meu álbum aqui. Demorou!


De cara, não vou escrever muito a respeito dessa viagem. Apenas vejam as fotos.

Abraço a todos!

Saudades!

domingo, 29 de junho de 2008

Jeffy's Groove

Depois de três meses sem comer carne direito, a primeira vez numa churrascaria japonesa (yakiniku) é inesquecível.


sábado, 26 de abril de 2008

Ohanami

Duas coisas: primeiramente, desculpas pela burrice. Eu deixei bloqueado para postagens de pessoas que não possuem uma tal de ID não sei das quantas. Agora, no entanto, já consertei a besteira e tá tudo certo. Segundo, este é um teste de um podcast. O que acharam? Preferem relato escrito ou falado?

Abraços e até a próxima!

Miranda (totalmente kaijin de saquê)


terça-feira, 22 de abril de 2008

Domingo à Noite

Sem álcool pra cabeça, olha o que já acontece.

de Isahaya a Omura


Desculpem-me pela demora, mas a vida anda agitada aqui. Muitas quedas de skate, muitas japonesas de saia curta e muitas horas de estudo me mantêm ocupado o bastante pra esquecer que tenho família, amigos e um blog pra atualizar semanalmente.

Apenas para um teste, digo que muitas vezes parece que o blog não é lá tão lido. Aí fico com preguiça de atualizar (porque postar fotos e digitar um texto é trampo) para os poucos assíduos. Compreendem?

Bem, neste capítulo, relatarei o meu terceiro dia no Japão (em breves palavras, é claro). Estava eu cansado da pequena e pacata cidade de Isahaya, estado de Nagasaki, sul do Japão, bem longe de Tóquio (aproximadamente 1000 quilômetros), quando resolvi, da manhã pra hora do almoço, ir para uma cidade vizinha chama Omura. Ficara sabendo que havia um parque muito legal em Omura onde os japorongos fazem o "ohanami" - período das únicas três semanas em que as famosas flores de cerejeira florescem. Aliás, que sorte a minha chegar no começo desse tal de "ohanami". Gosto de flores, mas não me refiro a elas, e sim à comemoração com muita bebida embaixo das árvores. Putz, que maravilha! Claro que os japoneses fazem um puuuuuta banquete. Mas nós, turistas, estudantes, fedorentos, desempregados e mal-lavados, ficamos apenas kaijinsdesaque.

Ohanami de lado, voltemos à viagem. Dicionários no a mochila, mochila nas costas, postura correta, trocado no bolso e boca pra ir a Roma. Ainda na estação de Isahaya, conheci uma senhora que levava seu filhinho (acredito eu) para Omura quando tentei confirmar o trem que havia chegado. Confirmado, pegamos o mesmo trem e seguimos a breve viagem de 15 minutos. Ao descer em Omura, me lembrei - burro pra caralho! - que tinha um compromisso importante (festa de início do ano na Universidade, todos os alunos intercambistas deveriam estar presentes) a duas horas e meia daquele momento. Decidi não conhecer a porcaria do parque, resolvi conhecer a famosa Yamada Denki, uma loja de eletrônicos gigantesca e cheia de novidades pra se ficar babando. Perguntei por informação para a mesma senhora que me ajudou em Isahaya. Inacreditavelmente ela se dispôs a me levar (de carro, junto do devido pai, avô da criança) para a loja. Cheguei lá, consumi com os olhos tudo que pude e voltei a pé. O caminho não parecia muito longe de carro. Pensei em economizar: nada de taxi! Realmente, era perto o caminho.

Interessante que, na volta, me deparei com um templo budista na boca da cidade. Um templo lindo, perfumado, silencioso (mais silencioso do que o próprio Japão já é) e abandonado (?). Resolvi entrar, é claro. Fui andando, morrendo de medo de ser atacado por um monge em estado alfa. Já tinha até preparado a tradicional frase "gaijin": GOMEN NA SAI! WAKARANAKATA! (Desculpe-me! Eu não sabia)! Mas nem foi necessária. Ninguém apareceu mesmo.

De lá, voltei para a (mais) pacata Isahaya e aproveitei para encher a pança na festinha de recepção dos estudantes internacionais (que, curiosamente, recebem uma carteirinha chamada ALIEN REGISTRATION CARD, feita na prefeitura, pra provar que você é um aluno estrangeiro). 

Em breve, a foto do ALIEN REGISTRATION CARD.



sexta-feira, 4 de abril de 2008

Primeiro Rolê na Facul

Quandro criança, assistia aos desenhos japoneses e me perguntava de onde tiravam aquelas idéias para criar as personagens, os estilos de roupa, cabelo etc. Ao chegar no Japão, mais precisamente em Nagasaki-ken, Isahaya-shi (respectivamente, estado e cidade), vi que o negócio é bem mais natural do que pensava. Todo japonês parece um mangá. O cabelo do Goku (Dragon Ball) é fichinha perto dos que já vi por aqui! Neste país, cosplay é vida real, e vida real é o cosplay do Brasil.

Nos primeiros dias aqui na facul, fui dar um rolê de skate. Pensava eu que skateboard (ou sketobôdo, como dizem os japorongos) era algo até que comum por aqui. Mas que engano o meu! Enfim, sem lugar pra brincar (uma vez que as ruas aqui são muito estreitas e sem calçada), resolvi andar dentro da própria universidade. Ensinei um Thailandês e dois Japoneses a cair de skate. Uma pena que o capote não foi registrado, mas o momento pós, com certeza. Inclusive, ensinei o Koji, japonês louco, retardado e sem noção, a falar "ai minha bunda" depois do capote.

Nada muito mais interessante de se relatar. Para este capítulo, basta curtir as fotos e apreciar a paisagem. Além, é claro, de rir com o brother reclamando de dor na bunda.

Abraços!

Fotos

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Primeira compra de Saquê


Galera não conhecia a tal. Na terra do saquê, ninguém sabia o que era uma batida de saquê com kiwi. Ah, e vai eu explicar pros garotos (todos maiores de idade, emboram nenhum com pêlo no rosto, e, inclusive aquele que tem cara de 12 anos, cujo apelido já se deu por "curimim", do tupi mesmo, e adivinha quem foi).

Da esquerda para a direita, o thailandês Kao (engraçadíssimo), o filipino Immer "curumim", os coreanos (sem identificação até o presente momento). Falta o outro brasileiro, o Jeffrey. Mas ele aparece no álbum.

A história da batida começa antes desta foto, com certeza. E até mesmo antes do início da noite, ainda na hora de comprar os ingredientes. Vou eu ao mercado e dou de cara com dúzias e mais dúzias de tipos de saquê. Puta que pariu! Qual desses eu compro? Como estava sozinho, resolvi perguntar pra quem entende do assunto: japonês. Primeiramente, arrisco um nihongo (língua japonesa). Ela entende a pergunta. Eu não entendo a resposta. Grande bosta! "Fala inglês?" "Sim, um pouco!" Ah, tô feito! Pena que ela não entende a minha pergunta. Inglês avançado demais já. O que ela faz? Liga pra tia, que manda bem no inglês e me passa o telefone. A tia, por sua vez, preocupada com a minha compra, me pede pra esperar uns 5 minutinhos lá no mercado. De repente, ela chega lá pra me ajudar a escolher o saquê.

Para uma boa escolha, primeiro deve-se lembrar pra que raios se quer a bebida. Dito o motivo, feita a explicação, dado o espanto nos japoneses por alguém misturar açúcar, gelo e kiwi na dose, eles conversam, conversam, conversam e conversam entre si, pegam um, dois, três tipos na prateleira, devolvem dois, olham um pro outro, e me entregam um. "Este aqui é o melhor!" Uau! Trocamos e-mails para posteriores contatos (e dúvidas) e cada um seguiu o seu caminho.

No dormitório, fiz a caipirinha. O Kao (thailandês maluco lutador de muay thai com bonecos do comandos em ação) tomou várias. Eu também, é claro. Os coreanos são quietos, mas tomam que é uma beleza. Todo mundo pegou a receita, hahaha. Pimba! Cada um pra sua cama. No dia seguinte, todo mundo em pé, exceto o Kao. Meio-dia, nada. Quase uma, nada. O cara morreu! Puta merda! Quando o bicho acorda, aqueeeeela dor-de-cabeça. Mas pergunta se ele vai deixar de beber... Olha, pra quem come pimenta pura (quase morri quando experimentei a comida Thailandesa), ressaca não é nada!

PROVAS DO CRIME

O dormitório

Vejam as fotos e tirem as próprias conclusões. Eu, particularmente, tô adorando!

Fotos

domingo, 30 de março de 2008

Primeiras Impressões (que nem sempre ficam) do Japão


Assim que cheguei no Japão, tinha um sorriso que ia de um lado do rosto até o outro. A sensação de conquistar um sonho de infância é realmente demais.

Primeiro, uma parada nos EUA, em Nova Iorque. Foi uma parada rápida, de aproximadamente 2 horas, só para abastecimento do avião. Algumas pessoas chegaram, outras foram embora... aquele esquema de conexão de sempre. A primeira foto é da terra do Bush. Logo depois, algumas de aeroporto e a do Edson, um camarada que conheci no avião, enfrentamos 26 horas de viagem com um gordinho (da Taiwan) que tinha apenas três fios de barba bem abaixo do rosto. O tal era mestre em pedagogia e viciado em games. Ficou jogando games do começo ao fim da viagem.

Chegando no Japão, pego um ônibus para me locomover entre os aeroportos Narita e Haneda. O Narita fica em Chiba, uma cidade vizinha de Tóquio, onde se instala o Haneda. O primeiro é o novo aeroporto internacional do Japão, o segundo, o antigo, agora só com vôos domésticos. Nesse momento, tudo me lembrava Cybercops, era tudo fantástico. Vi a Disney do Japão (em Tóquio), uma roda VG (verdadeiramente gigante), que jamais subiria nela e várias coisinhas interessantes.

No Aeroporto Haneda, comi uma comida muito quente, com curry. Afe! Que apimentado! Quase não consegui comer tudo. Mas tava gostoso. Ah, pra quem sempre confunde as coisas, no Japão não se come insetos, viu? Isso acontece na China! Eu e o Jeffrey (brasileiro que veio comigo) gostamos da comida. Claro que não se compara com um prato de arroz, feijão, bife suculento e uma salada... Oxe, que fome! Hoje aprendo a fazer um sushi, com certeza!

Depois de almoçado, fui dar um rolê pelo aeroporto até a hora do próximo vôo. Perguntei (em japonês) onde ficava a livraria que queria ir. Ela pegou um mapinha, explicou tudo certinho (eu não entendi porra nenhuma, mas concordei) e me levou até a porta do local. Uau! E o mais interessante é que todos os funcionários dão informações assim, eles te levam até o local (mesmo ambos falando em inglês). Muito, muito interessante! Entrei na livraria, vi uns livros e tal, e quando saí, adivinhem, encontrei o Semp, o Edson, o japonês de Limeira que mora aqui agora. Puuuuta que pariu! Como assim? Tínhamos meio que combinado de nos encontrar por aqui, mas ele veio na louca. Fiquei de ligar, mas tinha esquecido o caderninho de endereços na bagagem (droga!). Foi animal! Tomamos um café no Starbucks e demos um rolê por lá. Altas gatinhas japonesas. Meu, cada figura!!!

Mais engraçado do que as pessoas que circulam a cidade grande no Nihon, são as privadas. Lembram daquele episódio dos Simpsons, quando eles vão para o Japão? Pois é, pensei que estava zuando, mas as privadas chiques têm realmente um computador de bordo, com um botão para ativar o jato limpa-bundas. Que comédia! As privadas menos chiques, como a do dormitório aqui, têm um botão para ligar o esquenta-vaso. Aqui na Terra do Sol Nascente, você jamais encosta o seu traseiro numa superfície gelada!

Dispenso comentários sobre o dormitório. Vou postar as fotos do local com legendas, mas sem muitas firulas por aqui. O primeiro dia foi só chuva. À tarde começaram a chegar os outros estudantes, budistas, católicos, ateus do mundo todo. Por enquanto, Coréia, Filipinas, Tailândia e Brasil. Parece-me que hoje, domingo, chegam os chineses. Vamos ver como será o esquema.
Hoje tem o registro na prefeitura. Vamos tirar nossos documentos de estudantes internacionais cujo nome se dá por "alien registration". Animal, né? Só tenho que tomar cuidado para não trombar o Ultraman por aí.

Acompanhem sempre as peripécias pelo álbum de fotos no Picasa.

Em breve, volto a escrever.
Abraços!
Sayônara!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A Brazilian Prom




That is a typical prom in Brazil. Students have a party when they finish the eighth grade. There is a formal celebration, a diploma-giving, then the party. Everybody has a lot of fun. Teachers go crazy and also the students. We generally forget the bad happenings during the school year and become friends at all. At this prom, I danced a lot and had a great time. My students and colleagues couldn't believe the 'new' teacher they were looking at. Work deeply, have fun deeply.
=)

Maybe my Brazilian friends will ask me why I have posted it. Well, I'll explain it right now. Students in Japan do not have proms. That's it!

You can see more pics from that prom at my photo albums: http://kaijindesaque.multiply.com or http://picasaweb.google.com/rafaelmdurante/

See you!
(Soon I'll post everything in Japanese and English, I promise!)


Post scriptum: Este blog foi feito exclusivamente para a viagem ao Japão. A intenção é mostrar aos dois povos (Brasil e Japão) as diferenças e/ou semelhanças culturais entre ambos. Portanto, escolhi o idioma inglês como meio de atingir às duas culturas. Quando tiver tempo e saco, escreverei em português, também. Sacaste?