
Desculpem-me pela demora, mas a vida anda agitada aqui. Muitas quedas de skate, muitas japonesas de saia curta e muitas horas de estudo me mantêm ocupado o bastante pra esquecer que tenho família, amigos e um blog pra atualizar semanalmente.
Apenas para um teste, digo que muitas vezes parece que o blog não é lá tão lido. Aí fico com preguiça de atualizar (porque postar fotos e digitar um texto é trampo) para os poucos assíduos. Compreendem?
Bem, neste capítulo, relatarei o meu terceiro dia no Japão (em breves palavras, é claro). Estava eu cansado da pequena e pacata cidade de Isahaya, estado de Nagasaki, sul do Japão, bem longe de Tóquio (aproximadamente 1000 quilômetros), quando resolvi, da manhã pra hora do almoço, ir para uma cidade vizinha chama Omura. Ficara sabendo que havia um parque muito legal em Omura onde os japorongos fazem o "ohanami" - período das únicas três semanas em que as famosas flores de cerejeira florescem. Aliás, que sorte a minha chegar no começo desse tal de "ohanami". Gosto de flores, mas não me refiro a elas, e sim à comemoração com muita bebida embaixo das árvores. Putz, que maravilha! Claro que os japoneses fazem um puuuuuta banquete. Mas nós, turistas, estudantes, fedorentos, desempregados e mal-lavados, ficamos apenas kaijinsdesaque.
Ohanami de lado, voltemos à viagem. Dicionários no a mochila, mochila nas costas, postura correta, trocado no bolso e boca pra ir a Roma. Ainda na estação de Isahaya, conheci uma senhora que levava seu filhinho (acredito eu) para Omura quando tentei confirmar o trem que havia chegado. Confirmado, pegamos o mesmo trem e seguimos a breve viagem de 15 minutos. Ao descer em Omura, me lembrei - burro pra caralho! - que tinha um compromisso importante (festa de início do ano na Universidade, todos os alunos intercambistas deveriam estar presentes) a duas horas e meia daquele momento. Decidi não conhecer a porcaria do parque, resolvi conhecer a famosa Yamada Denki, uma loja de eletrônicos gigantesca e cheia de novidades pra se ficar babando. Perguntei por informação para a mesma senhora que me ajudou em Isahaya. Inacreditavelmente ela se dispôs a me levar (de carro, junto do devido pai, avô da criança) para a loja. Cheguei lá, consumi com os olhos tudo que pude e voltei a pé. O caminho não parecia muito longe de carro. Pensei em economizar: nada de taxi! Realmente, era perto o caminho.
Interessante que, na volta, me deparei com um templo budista na boca da cidade. Um templo lindo, perfumado, silencioso (mais silencioso do que o próprio Japão já é) e abandonado (?). Resolvi entrar, é claro. Fui andando, morrendo de medo de ser atacado por um monge em estado alfa. Já tinha até preparado a tradicional frase "gaijin": GOMEN NA SAI! WAKARANAKATA! (Desculpe-me! Eu não sabia)! Mas nem foi necessária. Ninguém apareceu mesmo.
De lá, voltei para a (mais) pacata Isahaya e aproveitei para encher a pança na festinha de recepção dos estudantes internacionais (que, curiosamente, recebem uma carteirinha chamada ALIEN REGISTRATION CARD, feita na prefeitura, pra provar que você é um aluno estrangeiro).
Em breve, a foto do ALIEN REGISTRATION CARD.